Pesquisa bibliométrica em estratégia como prática: resultados exploratórios e comparação de fontes

Jonas Lucio Maiaa, Luiz Carlos Di Serioa, Alceu Gomes Alves Filhob

a Fundação Getúlio Vargas (FGV)

b Universidade Federal de São Carlos


Resumo

O objetivo deste trabalho é esboçar um panorama geral da produção científica no campo da Estratégia como Prática (ECP), recuperando e expandindo a pesquisa bibliométrica, trazendo novos aspectos e replicando tal trabalho utilizando o Google Scholar. Sobre a ECP, os resultados sinalizam que: (1) ela é um campo de pesquisa jovem, com maior parte de publicações após 2007; (2) Paula Jarzabkowski e Richard Whittington são os autores mais profícuos, embora a pesquisa do Google Scholar tenha sugerido uma grande dispersão; (3) “Estratégia” e “Prática” são os principais termos na pesquisa do Web of Science, enquanto o Google Scholar indica grande densidade de termos relacionados; (4) ambos os estudos indicam que a produção da ECP não tem sido publicada em periódicos clássicos, e há produção relevante em língua não inglesa e congressos. Sobre as fontes de pesquisa: (1) as limitações de quantidade do Google Scholar não permitem calcular indicadores clássicos de bibliometria; (2) o Google Scholar gerou base com mais de 30 vezes mais resultados que o Web of Science; (3) o Google Scholar gerou base muito mais dispersa e diversa e; (4) há preocupações em usar o Scholar como fonte de informações: 15% dos documentos não possuem data de publicação e 27% não possuem fonte.

Palavras-Chave: Estratégia como Prática, Bibliometria, Estratégia, Gestão Competitiva.


1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, pesquisadores europeus iniciaram um movimento chamado “Estratégia como Prática” (ECP). Em contraposição às correntes predominantes da Estratégia Empresarial, o movimento da ECP busca trazer diversas contribuições do enfoque sociológico para as pesquisas em estratégia, considerando-as como algo que as empresas fazem, e não como algo que puramente possuem (Whittington, 2004). Em seu arcabouço de pesquisa, a ECP busca analisar a práxis, as práticas e os praticantes da estratégia para construir seu quadro de referência empírica.

A ECP é ainda um conceito recente, de cerca de 15 anos, e com um corpo teórico em pleno processo de desenvolvimento para posterior consolidação. Diferente dos trabalhos clássicos em estratégia, que datam minimamente de 40 anos atrás e que utilizavam como fonte os trabalhos econômicos anteriores a esse período.

Maia et Alves Filho (2013) apresentaram versão resumida de pesquisa bibliométrica que explorava o campo da ECP, utilizando o Thomson Reuters Web of Science como fonte de informação e o software VOSViewer para agrupamentos simples e representação gráfica. Os principais resultados indicavam que: (1) a ECP era um campo de pesquisa ainda bastante “jovem”, com suas publicações principalmente após 2007; (2) a produção acadêmica sobre a área ainda era bastante centralizada em dois autores de maior influência, Paula Jarzabkowski e Richard Whittington, ambos da Inglaterra; (3) seus trabalhos não estavam sendo publicados em periódicos “clássicos” de estratégias empresariais, mas sim em jornais relativos a organizações e a gestão e; (4) as palavras-chave e termos de pesquisa tendiam a se agrupar em dois clusters: um relacionado ao avanço do conceito e outro relacionado a aplicações empíricas ou a aspectos particulares da abordagem da ECP.

O objetivo do presente artigo, desta forma, é esboçar um panorama geral da produção científica neste novo campo de pesquisa da ECP, avaliando aspectos como principais trabalhos, autores, veículos de publicação, temas, instituições, palavras-chave relacionadas, entre outros. Partindo de um trabalho condensado, previamente publicado por Maia et Alves Filho (2013), este artigo busca recuperar e explorar de forma mais profunda a referida pesquisa, trazendo novos aspectos e maneiras de interpretação, bem como a execução de pesquisa bibliométrica similar utilizando o Google Scholar como fonte alternativa de informação. Para Harzing et Van Der Wal (2007), o Google Scholar é uma alternativa a outras fontes de dados, na medida em que oferece uma cobertura mais ampla do que tradicionais ISI (agora Thomson Reuters) e Scopus. Em contraposição, para Aguillo (2011), universidades e periódicos de menor importância podem ter representação excessiva no Google Scholar, comprometendo a qualidade da análise bibliométrica. Nesse sentido, este trabalho recupera, expande e complementa o citado trabalho de 2013, ampliando as informações e análises, bem como comparando duas fontes alternativas para a pesquisa bibliométrica.

O artigo se encontra assim estruturado: inicialmente são apresentadas rápidas sínteses teóricas sobre a estratégia como prática e seus elementos de pesquisa. Depois, são indicadas as análises bibliométricas efetuadas com base no Web of Science e no Google Scholar. Por fim, são indicadas as conclusões, considerações do trabalho e possibilidades de pesquisa futura.

2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Segundo os pensadores da ECP, as pesquisas tradicionais em estratégia compartilham a visão de que estratégia é um conceito abstrato, que as empresas simplesmente possuem. Desta forma, os principais estudos sobre estratégia se pautam em ideias como: a empresa X possui estratégia de diversificação, a empresa Y tem processos de planejamento estratégico, a empresa Z possui processos de gestão da mudança, entre outros.

Por outro lado, Johnson et al (2007) destacam que a perspectiva da ECP assume a estratégia como algo que as pessoas das organizações fazem. Desta forma, a estratégia é entendida como uma atividade e o foco de compreensão passa a ser nas microatividades envolvidas na construção da estratégia. Os autores mencionam, como exemplo, que uma estratégia de diversificação envolve as pessoas fazerem coisas de forma diferente às outras firmas, e de forma custosa para se imitar.

Assim, “a Estratégia como Prática está essencialmente preocupada com a estratégia como atividade das organizações, tipicamente a interação de pessoas, ao invés da estratégia como propriedade das organizações. Desta forma, o foco recai em duas perguntas até então negligenciadas: o que as pessoas envolvidas no processo estratégico realmente fazem, e como elas influenciam os produtos deste processo” (Johnson et al, 2007).

Do ponto de vista metodológico, diversos artigos têm efetuado a proposição de abordagens de pesquisas qualitativas e quantitativas para a ECP, sugerindo formas de análise de dados, técnicas de codificação de entrevistas, entre outros pontos. Do ponto de vista de arcabouços (frameworks) de pesquisa, Whittington (2006) propõe um modelo composto por três conceitos inter-relacionados: (1) práxis, (2) práticas e (3) praticantes (ou profissionais). Conforme destaca o autor, a aliteração dos termos é proposital, de forma a destacar a interdependência e retroalimentação entre os conceitos, conforme destacado na figura 1.

 

Figura 1. Práxis, Práticas e Praticantes.

Fonte: Whittington (2006)

 

Segundo Jarzabkowski et al (2007), a práxis compreende a interconexão entre a ação de vários indivíduos e grupos fisicamente dispersos, e as instituições socialmente, politicamente e economicamente estabelecidas, de acordo com as quais os indivíduos agem, e para a institucionalização das quais eles diretamente contribuem. Buscando uma definição para o conceito de práxis no contexto da pesquisa em estratégia, Whittington (2002) a apresenta como o trabalho real dos praticantes da estratégia, conforme eles utilizam, modificam e replicam as práticas da estratégia.

Para Jarzabkowski et al (2007), os praticantes são os atores, aqueles que lançam mão das práticas para agir e produzir a práxis. Eles atuam pela maneira que utilizam as práticas prevalentes em sua sociedade, fazendo a combinação, coordenação e as adaptando a suas necessidades de uso e, como consequência propositalmente (ou não) engendrada, institucionalizando as novas práticas resultantes.

No contexto da ECP, os estrategistas são atores ativos do processo de construção social da estratégia, produzindo, assim, impactos em seu desempenho e sua sobrevivência. As características pessoais dos praticantes acabam por moldar a estratégia, por meio de quem eles são, qual padrão de percepção do mundo exterior, como agem e quais práticas utilizam.

Para Reckwitz (2002) apud Whittington (2006), as práticas se referem a rotinas compartilhadas de comportamento, incluindo tradições, normas e procedimentos para pensar, agir e utilizar “coisas”, estas últimas em seu sentido amplo. Do ponto de vista da ECP, as práticas compreendem “coisas” cognitivas, comportamentais, procedimentais, discursivas, motivacionais e físicas, como exemplo: matrizes SWOT, gráficos de Gantt, abordagens de gestão do conhecimento, entre diversos outros.

Johnson et al (2007) destacam o foco subjacente com práticas organizacionais institucionalizadas, nas quais as pessoas se engajam para executar sua atividade de estratégia. Sob essa perspectiva, temos ao menos quatro exemplos:

3. MÉTODO DE PESQUISA

Conforme previamente mencionado, será empregada a análise bibliométrica para atingir o objetivo planejado para este trabalho. Figueiredo (1977, apud Lima, 1986, p. 127) define a Bibliometria como “a análise estatística dos processos de comunicação escrita, tratamento quantitativo (matemático e estatístico) das propriedades e do comportamento da informação registrada”. Assim, seus principais objetivos são esclarecer os processos de comunicação e evolução de uma disciplina, por meio da quantificação e análise de suas diversas facetas, reunindo e interpretando dados estatísticos relativos aos veículos de comunicação (livros, periódicos, etc.) para demonstrar evolução e utilização histórica (Maia, 1973 apud Voese et Mello, 2012).

De acordo com Pritchard (1969), as pesquisas bibliométricas podem se prestar ao menos a cinco propósitos distintos: (1) identificar grandes tendências e bases de crescimento do conhecimento em uma determinada área científica; (2) avaliar grau de dispersão e obsolescência de determinados assuntos; (3) medir impacto de publicação de trabalhos, estudos e informações e sua disseminação no ambiente acadêmico; (4) quantificar a amplitude de cobertura de determinados periódicos científicos e; (5) identificar níveis de produtividade de autores e instituições. Desta forma, estes propósitos estão extremamente alinhados ao objetivo do trabalho aqui apresentado.

A bibliometria se embasa em pelo menos três distintas leis sobre a distribuição bibliométrica: (1) Lei de Lotka, que almeja medir a produtividade dos autores, identificar centros de pesquisa desenvolvidos em determinada área e reconhecer a solidez de um determinado campo científico; (2) Lei de Zipf, que mede a frequência de determinadas palavras nos textos, produzindo uma lista de termos dentro de uma disciplina, conforme sua relevância. Dessa forma, a concentração de palavras com alto conteúdo semântico poderia ser usada como forma de indexação do texto, em razão da sua representatividade dentro da temática; (3)  Lei de Bradford, que mede a produtividade dos periódicos estimando sua relevância dentro de uma determinada área do conhecimento – periódicos com maior número de artigos acerca de um determinado tema formariam, supostamente, um conjunto de veículos com maior relevância para certa área (Vanti, 2002, Guedes et Borschiver, 2005).

Com base nessas leis, foi definida uma sequência de etapas para a execução da análise bibliométrica deste trabalho, conforme apresentado na Figura 2. A primeira etapa se refere à consulta propriamente dita, executada dentro de uma base de indexação de trabalhos (tanto o Web of Science quanto o Google Scholar). A segunda compreende a aplicação dos devidos filtros, de palavras de busca, tipos de publicação, lapso de tempo, etc., para correta delimitação da amostra de trabalhos a ser estudada. A terceira etapa contempla a análise descritiva e temporal dos artigos obtidos na amostra, contextualizando a produção científica (publicações e citações) no tempo e identificando os principais trabalhos na área. A quarta etapa se embasa na Lei de Lotka para identificar os autores, instituições e países mais relevantes, utilizando rankings e mapas de cocitação. A etapa seguinte analisa onde o tema vem sendo publicado, baseando-se na Lei de Bradford, para identificar os principais periódicos, áreas de pesquisa, etc. A sexta etapa utiliza a Lei de Zipf para analisar as principais palavras-chave na indexação dos trabalhos da amostra, bem como os principais termos que podem ser identificados nos artigos, retratando quais conceitos são trabalhados conjuntamente e como estes se relacionam. Por fim, os resultados de todas estas etapas são conjuntamente analisados e são produzidas as principais conclusões sobre a pesquisa.

 

Figura 2. Etapas metodológicas da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores

 

Para fins de enquadramento metodológico, esta pesquisa pode ser classificada como descritiva, almejando descrever as características de um determinado fenômeno, por meio da coleta de dados, acerca de seu estado atual (Gay et Diehl, 1992). No que tange à abordagem do problema, esta pesquisa pode ser classificada como combinado entre qualitativa e quantitativa. Para Bryman (1989), a pesquisa quantitativa contempla a coleta e análise de dados de forma estruturada, para interpretar parâmetros de interesse para a investigação. A pesquisa qualitativa, por outro lado, caracteriza-se por focar mais a compreensão dos dados que a sua mensuração, sendo aplicada em casos nos quais a riqueza de detalhes é mais relevante que as informações quantitativas (Richardson, 1985).

4. PESQUISA BIBLIOMÉTRICA NO WEB OF SCIENCE

Os dados utilizados na primeira análise bibliométrica deste artigo foram os documentos encontrados na base de dados Web of Science, os quais são publicados pela Thomson Reuters.

O processo de busca de documentos foi executado se utilizando as palavras-chave “strategy as practice” e “strategy-as-practice” e o operador booleano “OR”, nos campos títulos, palavras-chave e tópicos das publicações. A partir deste resultado, os documentos foram refinados com a aplicação de critérios de busca, conforme Tabela 1.

 

Tabela 1. Filtros com critérios de busca

Filtros com critérios de busca
Tipo Artigos ou trabalhos de congresso ou resumos de congressos ou capítulos de livro, excluindo revisões de livro
Áreas de conhecimento Sem restrições
Tempo Sem restrições

 

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Desta busca e refino foram obtidas 72 publicações. Para a análise dos dados dos documentos encontrados, foram utilizadas planilhas eletrônicas e o software VOSViewer (Van Eck et Waltman, 2010).

4.1 Análise descritiva de citações e referências

Com base nos artigos gerados pela busca, esta seção traz uma série de parâmetros descritivos sobre as citações e referências aos artigos. A figura 3 ilustra o ano de publicação dos artigos, de forma a contextualizar tal produção de conhecimento ao longo do tempo. Como pode ser observado, o número de publicações tem aumentado ao longo dos últimos anos, principalmente de 2007 para frente, período que concentra 92% das publicações, com uma média de 9,4 publicações por ano. Contudo, esta afirmação deve ser colocada em perspectiva, já que a base Web of Science possui mais informações sobre publicações mais recentes e existe uma tendência de aumento do número de publicações acadêmicas (Neely, 2005).

 

Figura 3. Número de publicações por ano.

Fonte. Elaborado pelos autores

 

De forma complementar, a Figura 4 ilustra a quantidade de citações para os artigos da pesquisa ao longo de cada um dos anos. Da observação pode-se identificar que a maior parte das citações ocorre no período iniciado em 2007, totalizando 95% do total de citações e com uma média de 118 citações por ano. Similarmente às próprias publicações, existe uma maior tendência de os artigos da pesquisa serem referenciados nos últimos anos.

 

Figura 4. Número de citações aos artigos da amostra por ano.

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Buscando trazer maior detalhamento, a Tabela 6 traz as publicações que apresentam maior número de citação dos artigos da amostra. Pode-se enunciar que os artigos são propostas acerca da teoria do conceito da ECP, lançando as bases para a estruturação de um corpo de literatura que se ocupe do tema. Os artigos de Richard Whittington e Paula Jarzabkowski tendem a ser puramente conceituais, discutindo a visão e efetuando reflexões sobre o tema, enquanto os demais trabalhos trazem alguma aplicação ou discussão mais particular dentro de um componente da abordagem da Estratégia-como-prática.

 

Tabela 2. Publicações com maior número de citação à amostra

Ranking N citações Autores Título Publicação
1 114 Whittington, R Strategy as practice LONG RANGE PLANNING Volume: 29 Issue: 5 Pages: 731-735 DOI: 10.1016/0024-6301(96)00068-4 Published: OCT 1996
2 104 Jarzabkowski, Paula; Balogun, Julia; Seidl, David Strategizing: The challenges of a practice perspective HUMAN RELATIONS Volume: 60 Issue: 1 Pages: 5-27 DOI: 10.1177/0018726707075703 Published: JAN 2007
3 80 Jarzabkowski, P Strategic practices: An activity theory perspective on continuity and change JOURNAL OF MANAGEMENT STUDIES Volume: 40 Issue: 1 Pages: 23-55 DOI: 10.1111/1467-6486.t01-1-00003 Published: JAN 2003
4 53 Jarzabkowski, Paula; Spee, Andreas Paul Strategy-as-practice: A review and future directions for the field INTERNATIONAL JOURNAL OF MANAGEMENT REVIEWS Volume: 11 Issue: 1 Pages: 69-95 DOI: 10.1111/j.1468-2370.2008.00250.x Published: MAR 2009
5 53 Chia, Robert; MacKay, Brad Post-processual challenges for the emerging strategy-as-practice perspective: Discovering strategy in the logic of practice HUMAN RELATIONS Volume: 60 Issue: 1 Pages: 217-242 DOI: 10.1177/0018726707075291 Published: JAN 2007
6 42 Seidl, David General strategy concepts and the ecology of strategy discourses: A systemic-discursive perspective ORGANIZATION STUDIES Volume: 28 Issue: 2 Pages: 197-218 DOI: 10.1177/0170840606067994 Published: FEB 2007
7 37 Chia, Robert Strategy-as-practice: reflections on the research agenda EUROPEAN MANAGEMENT REVIEW Volume: 1 Issue: 1 Pages: 29-34 DOI: 10.1057/palgrave.emr.1500012 Published: SPR 2004
8 36 Mantere, Saku; Vaara, Eero On the problem of participation in strategy: A critical discursive perspective ORGANIZATION SCIENCE Volume: 19 Issue: 2 Pages: 341-358 DOI: 10.1287/orsc.1070.0296 Published: MAR-APR 2008
9 35 Whittington, Richard Strategy Practice and Strategy Process: Family differences and the sociological eye ORGANIZATION STUDIES Volume: 28 Issue: 10 Pages: 1575-1586 DOI: 10.1177/0170840607081557 Published: OCT 2007
10 24 Jarzabkowski, Paula; Seidl, David The Role of Meetings in the Social Practice of Strategy ORGANIZATION STUDIES Volume: 29 Issue: 11 Pages: 1391-1426 DOI: 10.1177/0170840608096388 Published: NOV 2008

 

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Ao analisar os principais periódicos nos quais os artigos desta pesquisa são citados, tem-se que estes geralmente estão centrados em periódicos sobre organizações (Organization Science e Human Relations) e sobre gestão (Journal of Management Studies, European Management Review, etc). Destaca-se que, diferente de trabalhos clássicos em estratégia que publicam em periódicos como Harvard Business Review e Strategic Management Journal, o único periódico mais próximo dessa área aqui retratado é o Long Range Planning.

A Figura 5 traz a frequência de citação, para cada um dos anos, dos artigos mais referenciados da base obtida. Em linhas gerais, pode-se observar que cada artigo é tipicamente citado entre 5 e 7 vezes a cada ano, exceções feitas a alguns artigos de Whittington e Jarzabkowsky, que são citados entre 12 e 15 vezes ao ano, em média.

 

Figura 5. Frequência de citação dos artigos mais referenciados

Fonte. Elaborado pelos autores

 

4.2 Análise descritiva de autores e instituições

A Tabela 3 ilustra os principais autores dos trabalhos obtidos via pesquisa bibliométrica. Pode-se notar, em alguma medida, certa concentração da produção literária sobre o tema, pois apenas cinco autores concentram 50% de todas as publicações. Paula Jarzabkowski (n=10), Richard Whittington (n=5) e David Seidl (n=4) são os mais profícuos, respondendo por quase 40% das publicações.

 

Tabela 3. Autores mais profícuos

Autores N Trabalhos %
Jarzabkowski P 10 20,8
Whittington R 5 10,4
Seidl D 4 8,3
Chia R 3 6,3
Balogun J 2 4,2
Outros 24 50,0
Total 48 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

O software VOSViewer foi empregado para construir um diagrama de cocitações de autores, isto é, autores cujos trabalhos tipicamente são referenciados conjuntamente dentro dos artigos da área, denotando, assim, proximidade entre os temas por eles abordados.

A Figura 6 mostra esta rede de cocitação, que gerou 4 clusters distintos (cores verde, vermelho, amarelo e roxo). Embora alguns nós estejam repetidos por dificuldades na padronização pelo Web of Science, pode-se observar um cluster com Paula Jarzabkowski como principal autora, um com Richard Whittington como o mais influente pesquisador, e dois clusters “periféricos” com pesquisadores mais clássicos em estratégia, como Pierre Bourdieu e Henry Mintzberg.

A Figura 7 mostra um diagrama de densidade dessa rede de cocitação, cujas cores são similares a de um gráfico térmico (vermelho = mais intenso, azul = menos intenso). Similar ao que já foi comentado, Whittington e Jarzabkowski aparecem como os mais influentes no tema.

 

Figura 6. Diagrama de cocitação de autores

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Figura 7. Diagrama de densidade de autores

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Derivada da análise dos pesquisadores, as Tabelas 4 e 5 apresentam as universidades cujos autores mais publicaram no tema e o respectivo país no qual são sediadas. Excluindo a Universidade de St. Andrews localizada na Escócia, e a universidade de Montreal localizada no Canadá, as demais ficam localizadas na Inglaterra e, em conjunto, respondem por quase 40% da produção sobre o tema. Se considerarmos também a Escócia, o Reino Unido é responsável por quase metade das publicações.

Obviamente há extrema ligação entre os autores mais profícuos e as universidades, dado que Paula Jarzabkowski, na época de publicação, pertencia ao corpo docente de Aston (em 2014 integra o corpo docente da City University London), e Richard Whittington ao de Oxford.

 

Tabela 4. Instituições mais profícuas

Organização N Trabalhos %
Aston University 12 21,8
University Of Oxford 5 9,1
University Of St Andrews 5 9,1
University Of Montreal 4 7,3
University Of Warwick 4 7,3
Outros 25 45,5
Total 55 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Tabela 5. Países mais profícuos

Países N Trabalhos %
Inglaterra 29 34,1
Canadá 8 9,4
Escócia 8 9,4
Austrália 6 7,1
Finlândia 6 7,1
Outros 28 32,9
Total 85 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

O software VOSViewer também foi empregado para construir um diagrama de relacionamento entre as instituições, que indica quais universidades são referenciadas nos trabalhos de outras universidades. Para obter um gráfico mais representativo foi aplicado o filtro de no mínimo duas referências conjuntas e clusters com mínimos de três itens.

A Figura 8 mostra a rede com 3 clusters distintos (cores verde, vermelho e roxo). Pode-se observar um cluster com a Universidade de Aston como seu principal expoente, outro com a Universidade de Oxford e Warwick e um terceiro com universidades canadenses: Montreal e HEC Montreal. A Figura 9, por sua vez, apresenta o diagrama de densidade da rede, no qual se percebe que a Universidade de Aston se destaca como maior influência, sinalizando uma maior proximidade com a universidade de Oxford do que com a Universidade de Warwick, como poderia sugerir a Figura 6. Este fato reafirma a centralidade da ECP em Paula Jarzabkowski e Richard Whittington.

 

Figura 8. Diagrama de relacionamento de universidades

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Figura 9. Diagrama de densidade relacionamento de universidades

Fonte. Elaborado pelos autores

 

4.3 Análise das referências, periódicos e áreas

A Figura 10 mostra a análise de cocitações das referências trazidas na pesquisa bibliográfica. Esta análise busca identificar a quantidade de vezes que dois trabalhos são citados simultaneamente em um mesmo artigo, denotando proximidade temática entre autores e redes de pesquisa.

De forma a se extrair maior significado dos resultados, foi estabelecido como 15 o número mínimo de referências aos artigos. Foram produzidos três clusters distintos; (1) o vermelho, centralizado em vários trabalhos de Paula Jarzabkowski com temas conceituais e de aplicação da abordagem da estratégia como prática; (2) o roxo, com trabalhos iniciais sobre o tema, como o de Whittington (1996) e; (3) o verde, com trabalhos conceituais mais recentes sobre a teoria da ECP, trazendo artigos de Whittington, Johnson, Chia e Jarzabkowski, entre outros.

 

Figura 10. Diagrama de Cocitações (mínimo 15 referências)

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Figura 11 traz um diagrama de densidade dessa rede, sendo Johnson (2003), Jarzabkowski (2004, 2007) e Whittington (2006) as referências mais presentes na rede de cocitação.

 

Figura 11. Diagrama de Cocitações (mínimo 15 referencias)

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Tabela 6 apresenta os periódicos nos quais os artigos mais referenciados pelos trabalhos da pesquisa foram publicados. Os cinco periódicos mais citados incorporam 77% das publicações, sendo que periódicos de cunho mais organizacional (Organization Studies, Organization Science e Human Relations) respondem por aproximadamente 25% e os de gestão (Journal of Managment Studies e European Management Review) por cerca de 10%.

 

Tabela 6. Periódicos mais citados

Países N Trabalhos %
Human Relations 8 11,1
Organization Studies 8 11,1
Journal of Management Studies 4 5,6
European Management Review 3 4,2
Organization Science 3 4,2
Outros 46 63,9
Total 72 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Figura 12 apresenta o diagrama de cocitação dos periódicos, ilustrando quais periódicos são tipicamente referenciados juntos. Três clusters foram obtidos: (1) o roxo, com periódicos clássicos de gestão como o Academy of Management; (2) o vermelho, com os periódicos de organizações (Organization Science, Organization Studies e Human Relations), mas também com o Journal of Managment Studies; e (3) o verde, com periódicos clássicos de estratégia, como o Strategic Management Journal, a Harvard Business Review e o Long Range Planning.

 

Figura 12. Diagrama de cocitação de periódicos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

O diagrama de densidade, na Figura 13, mostra o Journal of Management Studies, o Strategic Management Journal e o Organization Studies como os periódicos de maior frequência no gráfico de cocitação.

 

Figura 13. Diagrama de densidade dos periódicos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Para finalizar esta seção, as Tabelas 7 e 8 apresentam a distribuição dos trabalhos por categoria do Web of Science e por área de pesquisa. Como esperado, quase 80% dos trabalhos se enquadram na categoria Gestão (Management) e Negócios (Business). No que tange a área de pesquisa, 76% se refere a Economia de Negócios (Business Economics) e 12% a Outros Tópicos de Ciências Sociais.

 

Tabela 7. Distribuição por Categoria Web of Science

Categoria Web of Science N Trabalhos %
Management 63 60,0
Business 18 17,1
Social Sciences Interdisciplinary 9 8,6
Planning Development 3 2,9
Behavioral Sciences 2 1,9
Outros 10 9,5
Total 105 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Tabela 8. Distribuição por Área de Pesquisa

Área de pesquisa N Trabalhos %
Business Economics 65 75,6
Social Sciences Other Topics 10 11,6
Public Administration 5 5,8
Arts Humanities Other Topics 2 2,3
Behavioral Sciences 2 2,3
Outros 2 2,3
Total 86 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

4.4 Análises de termos e palavras-chave

A Figura 14 traz a frequência das palavras-chave nos artigos obtidos por meio desta pesquisa bibliométrica.

Um primeiro ponto importante a destacar é que o software não é capaz de normalizar/padronizar as palavras-chave conforme o conceito que estas representam, bastando observar que os termos Strategy as Practice e Strategy-as-Practice são entendidos de forma distinta. Como estas palavras claramente representam um mesmo tema, elas se converteriam na palavra-chave mais presente, com 25 citações, como seria de se esperar pela própria delimitação da pesquisa.

As demais palavras apresentam (1) conceitos diferentes relacionados à estratégia, como Estratégia (Strategy), Gestão Estratégica (Strategy Management), Pesquisa em Estratégia (Strategy Research) e Planos Estratégicos (Strategic Plans) ou (2) elementos específicos da Estratégia como Prática, como Discurso (Discourse), Prática (Practice), Narração de Histórias (Storytelling).

 

Figura 14. Frequência das palavras-chave

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Utilizando a função de identificação de termos do VOSViewer, que busca termos tanto no título quanto no resumo dos artigos, foi construído o diagrama de relacionamento de termos, representando na Figura 15. Esta atividade busca, de alguma forma, mitigar o fato de que as palavras-chave são geralmente inseridas conforme desejo dos autores, podendo de alguma forma enviesar uma análise puramente baseada em tais palavras.

De qualquer forma, alinhado ao que foi apresentado na Figura 20, Prática e Estratégia são os termos mais frequentemente citados. Neste mesmo diagrama podem ser visualizados dois clusters distintos: (1) o vermelho, que aparentemente lida com temas mais conceituais sobre a ECP, e (2) o verde, que está mais relacionado a pesquisas de implementação e aplicação do conceito.

 

Figura 15. Diagrama de relacionamento de termos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Figura 16 apresenta o diagrama de densidade dos termos obtidos e ratifica que Estratégia e Prática são os termos mais presentes.

 

Figura 16. Diagrama de densidade de termos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

5. PESQUISA BIBLIOMÉTRICA NO GOOGLE SCHOLAR COM AUXÍLIO DO PUBLISH OR PERISH

Os dados utilizados na análise bibliométrica deste artigo foram os documentos recuperados na base de dados Google Scholar, que puderam ser obtidos e extraídos com o auxílio do software Publish or Perish (Harzig, 2007).

O processo de busca de documentos foi executado tendo como base as mesmas palavras-chave da consulta anterior: “strategy as practice” e “strategy-as-practice” e o operador booleano “OR”.

Por conta das limitações dos resultados máximos do Google Scholar (1000 resultados), a pesquisa necessitou ser dividida em diversos períodos de tempo de publicação, que posteriormente foram consolidados. Deste processo foram obtidos 2.372 resultados, entre os quais 360 sem informação de data de elaboração. Similarmente ao trabalho efetuado com o Web of Science, planilhas eletrônicas e o software VOSViewer (Van Eck et Waltman, 2010) foram utilizados nas análises.

5.1 Análise descritiva de citações e referências

A Figura 17 ilustra o ano de publicação dos artigos, e similarmente ao que foi identificado na pesquisa com a Web of Science, o número de publicações aumentaram ao longo do tempo, principalmente a partir de 2007. Desconsiderando as 360 publicações sem registros de data, 89% das publicações ocorreram após este ano, com uma média de 256 publicações/ano. Neste caso, aplica-se ainda mais a ressalva de Neely (2005), pois há tendência crescente de incorporação de trabalhos nesta base nos últimos anos, como reflexo do próprio crescimento do Google e do desenvolvimento de mecanismos de pesquisa.

 

Figura 17. Número de publicações por ano

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Figura 18 ilustra a quantidade de citações dos artigos da pesquisa ao longo de cada um dos anos. Do total de 32.474 citações, a maior parte parece também ocorrer no período iniciado em 2007, totalizando 73% do total de citações e com uma média de 3.307 citações por ano. Destaque para o pico de citações em 2008, com 7.836 citações. Similarmente às próprias publicações, existe uma maior tendência dos artigos da pesquisa a serem referenciados nos últimos anos.

 

Figura 18. Número de citações aos artigos da amostra por ano.

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Tabela 9 apresenta as publicações que mais citaram os artigos da amostra. Destaque é dado aos dois primeiros trabalhos que se tratam de livros mais generalistas em estratégia. Os demais, semelhante ao que ocorre com a pesquisa na base do Web of Science, tratam de artigos seminais sobre o conceito da ECP, publicados em sua maioria por Richard Whittington e Paula Jarzabkowski.

 

Tabela 9. Publicações com maior número de citação à amostra

Ranking N Citações Autores Título Fonte
1 4607 G Johnson, K Scholes, R Whittington Exploring corporate strategy: Text and cases Pearson Education;2008.
2 3272 M Easterby-Smith, R Thorpe, P Jackson Management research Sage Publications;2012.
3 1047 R Whittington What Is Strategy----And Does It Matter books.google.com;2001.
4 688 R Whittington Completing the practice turn in strategy research Organization studies; oss.sagepub.com;2006.
5 686 G Johnson, L Melin… Guest Editors' Introduction Journal of management …; Wiley Online Library;2003.
6 506 R Whittington Strategy as practice Long range planning; Elsevier;1996.
7 465 P Jarzabkowski Strategy as practice: recursiveness, adaptation, and practices-in-use Organization studies; oss.sagepub.com;2004.
8 429 P Jarzabkowski Strategy as practice: An activity based approach books.google.com;2005.
9 421 P Jarzabkowski, J Balogun, D Seidl Strategizing: The challenges of a practice perspective Human relations; hum.sagepub.com;2007.
10 408 M Easterby-Smith, MA Lyles Handbook of organizational learning and knowledge management books.google.com;2011.

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Diferente da pesquisa da Web of Science, a listagem dos artigos mais citados no Google Scholar traz uma série de livros (1, 2, 3, 8 e 10), alguns inclusive catalogados pelo próprio Google Books. Os periódicos Organization Studies, Long Range Planning, Human Relations são citados de forma análoga à outra pesquisa.

5.2 Análise descritiva de autores e instituições

A Tabela 10 ilustra os principais autores dos trabalhos obtidos via Google Scholar. Embora os principais nomes do topo da lista tenham permanecido, P. Jarzabkowski, D. Seidl, R. Whittington e J. Balogun, eles respondem por quantidade muito menor das publicações (1,38%; 0,68%; 0,66 e 0,54%, respectivamente). Vale destacar que os vinte autores mais profícuos não chegam a totalizar 10% das publicações apresentadas no resultado da pesquisa.

 

Tabela 10. Autores mais profícuos

Autores N Trabalhos %
P Jarzabkowski 59 1,4
D Seidl 29 0,7
R Whittington 28 0,7
J Balogun 23 0,5
E Vaara 20 0,5
A Langley 19 0,4
L Rouleau 19 0,4
S Mantere 18 0,4
C Carter 15 0,4
L Melin 15 0,4
S Paroutis 14 0,3
R Chia 13 0,3
Mj Avenier 12 0,3
M Hällgren 11 0,3
M Kornberger 11 0,3
S Clegg 11 0,3
S Bulgacov 11 0,3
S Kaplan 10 0,2
V Ambrosini 10 0,2
Ap Carrieri 10 0,2
Outros 3906 91,6
Total 4264 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

5.3 Análise das referências, periódicos e áreas

A Tabela 11 apresenta os periódicos e locais de publicação nos quais os artigos mais referenciados pelos trabalhos da pesquisa foram publicados. Primeiro, vale destacar que aproximadamente 26% dos trabalhos da pesquisa não especificam seus periódicos/locais de publicação. Os periódicos Organization Studies, Journal of Management Studies e Long Range Planning são os três principais periódicos, mas com representatividade baixa (2,1%, 1,2% e 1,1%, respectivamente). Destaque para algumas revistas “locais” em idiomas diferentes do inglês, como a Revue Française de Gestion e a Revista de Administração da USP. Além disso, aparecem na referência sites de organismos tipicamente organizadores de congressos (ANPAD, AOM, etc).

 

Tabela 11. Periódicos mais citados

Fonte N Trabalhos %
Não Especificado 633 26,8
Organization studies 49 2,1
Journal of Management Studies 28 1,2
Long range planning 26 1,1
International Journal of … 22 0,9
Human relations 18 0,8
Revue française de gestion 17 0,7
Scandinavian Journal of Management 17 0,7
Strategic organization 14 0,6
Organization Science 13 0,6
ead.fea.usp.br 13 0,6
Organization 12 0,5
European Management Journal 12 0,5
proceedings.aom.org 10 0,4
Journal of management … 10 0,4
Revista de Administração … 10 0,4
Industrial Marketing Management 10 0,4
anpad.org.br 10 0,4
Outros 1448 61,4
Total 2372 100,6

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Tabela 12 apresenta os principais editores dos trabalhos resultantes da pesquisa. Novamente, cerca de 16% do universo não possui a identificação dos editores. Na sequência, o Google Books aparece com 7%, indicando que uma boa parte da amostra parece ser composta por livros. Logo após, aparecem grandes corporações editoras de periódicos científicos, como a Emerald, Elsevier, Willey, Taylor& Francis, Springer e a Scielo no Brasil.

 

Tabela 12. Principais Editores

Editor N Trabalhos %
Não Especificado 387 16,3
books.google.com 174 7,3
emeraldinsight.com 142 6,0
Elsevier 123 5,2
Wiley Online Library 115 4,8
Taylor & Francis 79 3,3
Springer 66 2,8
SciELO Brasil 53 2,2
oss.sagepub.com 51 2,2
papers.ssrn.com 40 1,7
Outros 1142 48,1
Total 2372 100,0

 

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A Tabela 13 apresenta os tipos de documentos obtidos na pesquisa, nela se observa que para cerca de 58% da amostra não havia especificação do tipo de documento; 25% eram de PDF (Portable Document File), que na prática se refere ao tipo eletrônico do documento e não exatamente a sua categorização de publicação. Ainda, 11% eram citações e 4% eram livros.

 

Tabela 13. Tipos de Documentos

Tipo Documento N Trabalhos %
Não Especificado 1369 57,7
PDF 600 25,3
Citação 259 10,9
Livro 85 3,6
HTML 50 2,1
DOC 9 0,4
Total 2372 100,0

Fonte. Elaborado pelos autores

 

5.4 Análises de termos e palavras-chave

Tal como executado na pesquisa com o Web of Science, foi construído o diagrama de relacionamento de termos (Figura 19). Diferente do que se tinha na pesquisa anterior, Estratégia e Prática não são termos cuja citação seja disparadamente maior. Dos algoritmos do VOSViewer, quatro agrupamentos emergiram: (1) amarelo, aparentemente ligado a temas mais “soft” da prática estratégia, como Liderança, Mudança Organizacional, Futuro; (2) violeta, aparentemente ligado à pessoa e a implementação da estratégia, trazendo termos como Estrategista, Gestor, Implementação, Ação; (3) vermelho, que parece tratar mais de temas de processo e conceito da estratégia, como Processo Estratégico, Prática Estratégica, Prática Social, Gestão Estratégica e (4) verde, que trata de temas como conhecimento, uso e senso da prática.

 

Figura 19. Diagrama de relacionamento de termos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Corroborando o fato de que os termos Estratégia e Prática não são tão centrais no levantamento pelo Google Scholar, o diagrama de densidade (Figura 20) identifica uma série de focos de maior densidade (vermelhos), ao redor de vários temas distintos como uso, conhecimento, liderança, trabalho, prática social, entre outros.

 

Figura 20.  Diagrama de densidade de termos

Fonte. Elaborado pelos autores

 

6. ANÁLISES COMBINADAS

Esta seção busca fazer uma análise cruzada a respeito dos principais aspectos identificados na pesquisa bibliométrica nas bases Web of Science e Google Scholar. Nessa medida, também são recuperadas aqui algumas das análises e conclusões de Maia et Alves Filho (2013), aprofundando e complementando-as com os maiores detalhes trazidos neste trabalho.

Primeiro, a ECP é um campo de pesquisa bastante “jovem”, cujo trabalho seminal data de 1996 (Whittington, 1996) e a maior parte das publicações datam a partir de 2007. As pesquisas clássicas em estratégia, por sua vez, datam da década de 1970, e utilizam referências de publicações clássicas da economia ainda mais antigas.

Neste ponto, existem dois aspectos que surgem da análise bibliométrica de ambas as fontes. Um se refere ao crescimento de um corpo teórico baseado em publicações após 2007, tanto na Web Of Science (92%) quanto no Google Scholar (89%). Além disso, o fato de ser “jovem”, de alguma forma implica que ainda há quantidade expressiva de pesquisa em processo de elaboração e desenvolvimento, mas que ainda não atingiu maturidade para ser publicada em periódicos tradicionais indexados no próprio WoS. Ressalta-se que 44% dos trabalhos do Google Scholar não apresentavam uma fonte de publicação e 58% dos trabalhos não especificavam exatamente qual o tipo do documento (artigo, livro, citação), etc.

Segundo, a produção acadêmica sobre a área ainda é bastante centralizada em dois autores mais influentes, Paula Jarzabkowski antes da Universidade de Aston, agora da City London University, ambas localizadas na Inglaterra, e Richard Whittington da Universidade de Oxford inglesa. Na pesquisa baseada no Web of Science, dois clusters de autores se formaram centralizados nestes personagens, enquanto dois outros clustes trazem autores mais “clássicos” de estratégia.

Os resultados da pesquisa baseada no Google Scholar direcionalmente também apresentam similaridades. Paula Jarzabkowski é a 1° e Richard Whittington, o 3° autor mais profícuo, mas com uma concentração muito distinta entre as duas bases: no Web Of Science, 21% e 10% das publicações, nesta ordem; no Google Scholar, 1,38% e 0,66%, respectivamente. Há também uma pequena inversão na ordem dos autores, dado que David Seidl ocupa a segunda posição no ranking do Google Scholar, mas a terceira no Web of Science.

Além disso, Paula Jarzabkowski e Richard Whittington são os principais autores presentes em ambos os rankings das dez publicações mais citadas, com a diferença que o Google Scholar traz também livros escritos por esses autores.

Terceiro, ao analisar palavras-chave e termos de pesquisa em ECP, observa-se comportamentos distintos dos resultados oriundos das bases. Os resultados do Web of Science parecem ser mais “esperados”, pois se identificam dois grupos distintos: (1) temas relacionados ao avanço nos conceitos da ECP como um corpo coeso e, (2) aplicações empíricas de seus conceitos e também de aspectos específicos dentro da ECP. Assim, inclusive pela grande quantidade de trabalhos especificamente focados no conceito da ECP em si, pode-se inferir que o corpo teórico do tema ainda está em pleno processo de produção e consolidação.

Diferente da centralidade dos termos Estratégia e Prática presente no primeiro estudo (inclusive denotado pelo diagrama de densidade), o estudo do Google Scholar apresenta uma série de outros polos também densos e relacionados (Figura 33). Termos como liderança, contexto, perspectiva da prática, prática social, gestão estratégica, etc são mostrados de forma relevante, sugerindo que a pesquisa desta base traz maior amplitude de temas relacionados ao foco da análise.

Por fim, ambos os estudos convergem no fato de que os trabalhos sobre ECP não parecem estar sendo publicados em periódicos “clássicos” de estratégias empresariais, como o Strategic Management Journal, Harvard Business Review ou o Academy of Management. Pelo estudo baseado no Web of Science, 25% das publicações ocorreram em periódicos relativos a organizações (Organization Studies, Organization Sciente e Human Relations) e 10% em jornais de gestão (Journal of Management Studies e European Management Review). A pesquisa baseada no Google Scholar apresenta a preponderência de revistas similares (embora em % muito menos expressivo), mas agrega várias outras revistas que talvez não sejam de ampla divulgação por estarem em idioma diferente do inglês (Revue Française de Gestion e a Revista de Administração da USP), além de outras organizações de congressos como a ANPAD, AOM, etc.

A ECP, dessa forma, efetivamente se mostra como uma corrente teórica “alternativa” às linhas clássicas de estratégia, inclusive em seus canais de publicação, tanto por não ter como principal veículo as revistas “típicas” de estratégia, quanto pela relevância de publicações em periódicos locais. Além disso, o levantamenteo pelo Google Scholar também indica relevante participação de materiais de congressos, de alguma forma também sugerindo que o corpo de conhecimento ainda está em construção, sendo discutido e parcialmente apresentado em conferências para posterior divulgação final em periódicos.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho era esboçar um panorama geral da produção científica no novo campo de pesquisa da ECP, recuperando e explorando de forma mais profunda a pesquisa bibliométrica sobre ECP, resumidamente apresentada por Maia et Alves Filho (2013), trazendo novos aspectos e maneiras de interpretação, bem como a execução de pesquisa similar utilizando o Google Scholar como fonte de informação.

As quantidades e dimensões de informação obtidas em cada caso foram expressivamente distintas, a iniciar pelo número de documentos de cada amostra: 72 para o Web of Science e 2.372 para o Google Scholar (informações extraídas por meio do software Publish or Perish – Harzig, 2007).

Combinando ambas as origens, as análises apresentadas na seção anterior sinalizam ao menos quatro principais achados: (1) a ECP é um campo de pesquisa jovem, com a maior parte de publicações após 2007 e, pelo sugerido pelo Google Scholar, que talvez ainda esteja em processo de desenvolvimento e maturação, pois muitos trabalhos ainda não foram formalmente publicados em periódicos; (2) Paula Jarzabkowski e Richard Whittington são os autores mais profícuos deste tema, embora a pesquisa do Google Scholar tenha sugerido uma grande dispersão de autores, dado que ambos totalizam pouco mais de 2% das publicações; (3) embora “Estratégia” e “Prática” sejam os principais termos obtidos na pesquisa do Web of Science, com uma série de termos periféricos, a pesquisa do Google Scholar indica grande densidade de termos relacionados, como Liderança, Contexto, Prática Social, etc. e; (4) ambos os estudos indicam que a produção desse corpo de conhecimento não tem sido publicada em periódicos clássicos da estratégia, mas sim em periódicos relacionados a estudos organizacionais, ciências organizacionais etc., além disso, parece haver produção relevante em periódicos de língua não inglesa e congressos.

Os resultados deste trabalho também permitem elaborar comparações simples entre o Web of Science e o Google Scholar como bases de dados para a pesquisa bibliométrica. A Tabela 34 apresenta alguns destes indicadores, que serão explorados nos parágrafos seguintes.

Primeiro, entre os indicadores que podem ser gerados no Scholar, não estão contemplados os clássicos de pesquisa bibliométrica, como o índice h e o índice g (para referência sobre os índices, buscar em Franceschet, 2010). Isso ocorreu pelo fato do Google Scholar limitar o número máximo de resultados a 1.000, fazendo com que a pesquisa completa precisasse ser dividida em subgrupos de resultados, comprometendo, assim, a geração de tais índices.

Segundo, foi notório que o Google Scholar produziu uma base extremamente mais ampla de resultados (artigos e consequentemente citações), de mais de 30 vezes superior ao obtido com o Web of Science. Este fato corrobora o colocado por Harzig et Van Der Wal (2007) de que o Google Scholar oferece uma cobertura mais ampla das bases de dados tradicionais; e ultrapassa os valores identificados por Franceschet (2010), em um trabalho bibliométrico em Ciências da Computação, de que o Google poderia gerar entre cinco ou seis vezes mais resultados que o Web of Science.

Embora fosse esperado que a quantidade de resultados do Google Scholar fosse superior ao Web of Science, esta proporcionalidade também reforça que muito da pesquisa em ECP ainda está “subpublicada”, sendo desenvolvida em artigos de congressos, trabalhos abertos disponíveis na internet, que ainda não atingiram a maturidade para publicação em periódicos indexados pelo Web of Science.

Terceiro, independentemente da quantidade de resultados, é notório que o Google Scholar consegue gerar uma base muito mais dispersa e diversa. Enquanto os cinco principais autores no Web of Science são responsáveis por quase 50% dos trabalhos, no Google Scholar estes produzem apenas 4% dos mesmos. No caso de fontes, os números são menores, mas similarmente distintos: as 5 maiores fontes publicam 36% dos resultados obtidos via Web of Science, enquanto no Google Scholar esse número chega a apenas 10.

Quarto, as preocupações de Aguillo (2011) referentes à qualidade e importância dos resultados obtidos via Google Scholar também parecem encontrar algum suporte neste trabalho. Dos dados obtidos por essa base, 360 documentos (15% do total) não possuem indicação de data de publicação e 633 (27%) não possuem indicação de sua fonte, não permitindo, assim, avaliar a fidedignidade e qualidade do veículo de publicação.

 

Tabela 14. Comparação de Indicadores entre WoS e GS

 

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Em aspectos mais qualitativos, o Google Scholar parece levar vantagem sobre o Web of Science no que tange à facilidade de acesso: pois qualquer computador com Internet pode acessar a primeira, enquanto a segunda exige ao menos uma assinatura institucional. Contudo, nem todas as análises bibliométricas típicas podem ser realizadas com os resultados da base do Scholar: não é possível, por exemplo, realizar análises de cocitação ou de frequências de palavras-chave dado que a base não permite exportação dessas informações.

Contrabalanceando os pontos fortes e fracos de cada uma das ferramentas, esse estudo corrobora a proposição de Bakkalbasi et al (2006), de que as diferentes bases de dados acabam sendo complementares nos estudos bibliométricos. Cada uma com distintos enfoques e características de amplitude versus profundidade acaba por contribuir com essas estratégias de pesquisa documental que buscam geralmente construir um panorama sobre o corpo teórico de determinado assunto.

Por fim, vale um comentário acerca da própria relevância de estudos bibliométricos como este. Como destaca Mugnaini (2006), a importância de estudos bibliométricos deriva da necessidade de avaliar a produtividade e a qualidade da pesquisa dos diversos atores acadêmicos, detectando modelos e padrões de comportamento em sua produção científica. Estes modelos e padrões ajudam a compreensão de como o conhecimento científico se difunde e se incorpora entre estes diversos autores, permitindo quantificar a produção e identificar áreas de excelência acadêmica (Ravelli et al 2009, Carvalho, 2005 e Fillipo, 2002). Justamente por isso, a relevância dos estudos bibliométricos reside em caracterizações que privilegiam a abrangência com algum detrimento da profundidade, criando grandes panoramas de pesquisa que permitem o posterior trabalho enfocado nas diversas lacunas e oportunidades de pesquisa identificadas por tais estudos. Além de sua própria relevância, entende-se que estudos bibliométricos possuem um caráter “facilitador” da contribuição e relevância dos trabalhos que deles derivam.

Ainda assim, mesmo trabalhando com duas fontes distintas, este estudo deve ser tomado como direcional, dado que estudos bibliométricos tipicamente possuem algumas limitações relevantes, a saber: limitação às bases de pesquisa escolhida (WoS e Google Scholar), que não representa toda a produção científica da área; possibilidades de erros na padronização dos campos pesquisados (ex. palavras-chave, autores, etc), o que pode levar a conclusões parcialmente incorretas.


REFERÊNCIAS

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